
Eu tenho a alma perfeita, digitalizada e scaneada dentro de sua retina. Esticada pelos fios imaginários, do gesto virtual, de suas palavras prosaicas…
A deletar solidão cotidiana. Eu tenho a caligrafia sedutora, das letras sem fonte em negrito, itálico e realce do sublinhar pragmático de sentimentos indecifráveis a escorrer pelos teclados mudos dos computadores.
Eu tenho o frenesi internético, falo com quem não conheço me assemelho ao intangível, e me identifico com o enigma dos niks.Há uma fantasia metafórica, a revelar verdades reticentes.
Há uma primavera contida nas gentilezas distantes, daqueles que se relacionam anonimamente por “chats”.
Há uma alma perfeita nisso tudo, desprendida de corpos, de substancia de cheiros e tons.
Tudo que é mostrado não se revela fielmente.
Dá detalhes, mas nunca o todo.
O todo está envolto nesse mistério da modernidade.
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